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5 de jul. de 2013

DIARIO DO VALE!

Pinheiral, a taxa de incêndio e outros absurdos
   


Sem bombeiros, Pinheiral perdeu seu marco histórico
Casarão: Sem bombeiros, Pinheiral perdeu seu marco histórico

No início deste ano a população de Pinheiral foi surpreendida com um estranho boleto em suas caixas de correspondência. Era uma taxa de incêndio, no valor de R$ 53, que todos deveriam pagar em um prazo de quinze dias. Detalhe insólito, Pinheiral não tem nem nunca teve um posto ou uma guarnição do Corpo de Bombeiros. Indignados, muitos moradores rasgaram o boleto e se recusaram a pagar por um serviço que a cidade não tem. O episódio é só mais um exemplo da falta de sensibilidade e de noção das coisas daqueles que o povo colocou no poder.

É raro pegar fogo em alguma coisa em Pinheiral, mas quando pega são os próprios moradores que combatem o incêndio. O carro de bombeiros, que vem de Volta Redonda, só chega a tempo de fazer o rescaldo das cinzas. Foi assim que Pinheiral perdeu sua maior relíquia arquitetônica, o casarão da fazenda de José Breves. A construção centenária pegou fogo e quando os bombeiros finalmente chegaram não restava mais nada. O marco inicial da cidade, com seu teto pintado e seus candelabros, estava reduzido a um monte de ruínas logo tomadas pelo mato. Se a cidade tivesse uma guarnição dos "soldados do fogo" não teria perdido o casarão.

No governo passado a prefeitura anunciou que já havia escolhido o terreno para a construção do prédio. Os bombeiros teriam inspecionado o local e em poucos meses teríamos um posto com uma equipe de combate a incêndios em plantão permanente. Quatro anos depois não tinham levantado nenhuma viga. O posto dos bombeiros continua a ser uma daquelas promessas dos políticos que só são lembradas em época de eleição. Mas mesmo sem oferecer o serviço o Governo Estadual cismou que os moradores de Pinheiral precisavam pagar uma taxa de R$ 53, em um prazo mínimo ou estariam sujeitos a uma cobrança judicial e outras ameaças.

É por coisas assim que o governador do Estado do Rio estava sitiado dentro de sua casa, semana passada, com manifestantes acampados na rua onde mora, na zona sul do Rio de Janeiro. É por essa falta de discernimento que o Brasil vive atualmente uma crise de representatividade, com o povo furioso com os políticos, e se reunindo em multidões para exigir mudanças imediatas. Em Pinheiral os bombeiros não aparecem nem quando temos incêndios nos campos e bosques que cercam a cidade. A última vez que pegou fogo na mata, quem combateu foram os funcionários do Instituto de Educação da UFF, o popular Colégio Agrícola. Foram eles que saíram com pás e enxadas, abrindo trilhas para conter as chamas. Se esperassem pela chegada dos bombeiros de Volta Redonda não teria sobrado nada da floresta. Como aconteceu com o casarão.

Energia

O fato é que pagamos caro em troca de serviços precários ou inexistentes. O fornecimento de energia elétrica é um exemplo. Apesar das promessas da presidente da República a minha conta de luz aumentou cerca de 15% este mês. Um dos motivos foi um aumento não explicado no valor do quilowatt hora.

Apesar do preço alto, o fornecimento de energia é interrompido com frequência em Pinheiral. Basta começar a relampejar lá para os lados da serra de Piraí e ficamos na escuridão. Foi o que aconteceu segunda-feira passada, quando Pinheiral teve um apagão total de uma hora de duração, começando as 18h30 e terminando as 19h30. Quem estava trabalhando no computador ficou no prejuízo. E eu pergunto se vamos receber algum desconto na próxima conta de luz pela hora que ficamos na escuridão? Claro que não.

A empresa de energia elétrica é uma daquelas que foi privatizada pelo governo e sucateou as linhas de transmissão e os serviços. Só o preço da energia é que não foi sucateado. É por coisas assim que o povo, indignado, está protestando nas ruas. Ele cansou de esperar por melhoras e providências dos políticos e resolveu agir.

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