Rio -  Quando concorreu a governador em 2010, o hoje vereador do Psol Jefferson Moura sacudiu um debate entre os candidatos chamando o verde Fernando Gabeira de “ex-Gabeira” porque, por estar aliado ao PSDB na época, o ex-deputado federal teria traído sua própria história.
Ontem, o destino deu o troco no psolista. Em fogo muito pouco amigo, a presidenta regional do Psol, deputada estadual Janira Rocha disparou, sem dó: “Jefferson está adotando uma postura injustificável, ele agora é que é o ex-Jefferson.”
O babado interno do partido de menos de dez anos, quatro vereadores no Rio, dois deputados na Alerj e nove tendências, começou quando Jefferson se encontrou com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) no início do ano e defendeu no Facebook a pré-candidatura a presidenta em 2014 da ex-verde Marina Silva, que vai criar um partido. Nada aparentemente desabonador numa democracia, certo? Mais ou menos.
A questão é que Jefferson fez as duas coisas sem consultar o Psol, que, em reunião da executiva regional na quarta-feira, soltou resolução ‘lembrando’ a psolistas em geral que essas coisas precisam passar pela cúpula.
Ficou tudo muito pior quando, irritado com o que chama de “mordaça”, Jefferson postou ontem na rede social, como se não houvesse amanhã, o manifesto “Stalinismo no Psol! Não me calarei!” Antes, um psolista de boa estirpe, Milton Temer, já tinha partido para a briga também no Facebook com o “ainda correligionário”. Ao DIA, Temer disparou, sem medo de ser feliz: “A porta de saída é serventia da casa.”
O deputado estadual Marcelo Freixo ajudou na pancadaria: “Ele está fazendo de tudo para se vitimizar e depois ir para o partido da Marina. Isso é feio e desnecessário.”
Se Jefferson quer ser expulso? Com a palavra, o próprio: “Seria precipitado decidir agora. Mas não vou abrir mão de falar o que eu penso.”
Se o Psol já pensa em expulsá-lo? Com a palavra, Janira: “Não temos vontade de expulsar. Agora, se ele está com vontade de ser expulso...”