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| Sem rumo: Cidades não têm local adequado para lixo eletrônico |
Volta Redonda e Barra Mansa
Os resíduos de
equipamentos eletro eletrônicos, lixo eletrônico ou e-lixo, como são chamados
ainda não têm destino certo na região. Segundo a ambientalista e auditora
ambiental, Rita Souza, coordenadora do Instituto Educa Mata Atlântica, o
destino da maior parte do lixo eletrônico nas cidades da região ainda é
incerto.
Carlos Amaro,
Secretário de Meio Ambiente, disse que Volta Redonda ainda carece de um local
para armazenamento deste material. Amaro explicou que está trabalhando na
elaboração do plano municipal de resíduos sólidos para apresentá-lo até o final
do ano.
- Como é um plano
bem complexo, estamos no meio do processo de elaboração. Acredito que até o
final do ano será apresentado através de uma audiência pública. O plano é
referente a todo tipo de resíduo sólido, incluindo o lixo eletrônico.
Em Barra Mansa, o
projeto da Cooperativa de Trabalho dos Profissionais da Tecnologia da
Informação e Comunicação recolhe equipamentos usados em informática e resíduos
eletrônicos. Todos esses materiais, depois de recolhidos, são reparados e
encaminhados a escolas conveniadas com o projeto onde oferecem cursos de capacitação
em computação para os alunos e para a comunidade.
De acordo com a
coordenação tecnológica da cooperativa, criada em 2010, tudo começou a partir
da necessidade de criar um destino para o lixo eletrônico. A cooperativa
trabalha também na recuperação dos materiais doados e recolhidos, e o que não é
reutilizado é encaminhado para a reciclagem, onde acontece a separação entre
plástico e metais.
Por mês são
recolhidas, em média, 175 peças de computadores, das quais 70% são
reutilizadas.
Segundo informações
da coordenação de Resíduos Sólidos do Saae, mensalmente são recolhidos 3 mil
toneladas de lixo, entre resíduos urbano, doméstico, hospitalar, volumoso e
entulho. Já a quantidade de lixo eletrônico recolhida não é registrada porque
não existe coleta seletiva e nem uma triagem desse material. Os equipamentos
eletroeletrônicos e de informática que são recolhidos aleatoriamente na coleta
seletiva são enviados para a cooperativa dos catadores de lixo, já os
misturados de forma errada ao lixo doméstico terminam na Central de Tratamento
de Resíduos (CTR), onde são aterrados e compactados.
Projeto de lei
O vereador José
Jerônimo Teles (PSC) recentemente apresentou um projeto de lei na Câmara
Municipal sobre "Eco lixo", que trata do destino adequado do lixo eletrônico. O
projeto ainda não foi aprovado, e está sendo avaliado pela Comissão de
Constituição e Justiça.
Segundo o
vereador, o objetivo de seu projeto é dar um destino adequado ao lixo
eletrônico que é jogado aleatoriamente nos lixos das residências e até em
algumas empresas da cidade.
Jerônimo lembrou
que o lixo eletrônico hoje representa 30% de todo o lixo despejado pela
população ao meio ambiente. O vereador também propõe que lojas de eletrônicos
recolham as baterias e pilhas em recipientes próprios, o que já vem ocorrendo,
mas em um número bem reduzido de estabelecimentos.
Danos ao meio
ambiente
De acordo com uma
pesquisa realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil é o país
que mais gera lixo eletrônico no mundo entre os países emergentes. O relatório
mostra que o material descartado por pessoa, no país, equivale a 0,5 quilos por
ano. Por outro lado, na China, que possui uma população muito maior, a taxa de
lixo eletrônico é de 0,23 quilos por pessoa - e 0,1 quilos na Índia. |
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