Morre jovem que caiu de viaduto durante manifestação em BH
Acidente aconteceu na Região da Pampulha, perto do Mineirão.
Esta foi a primeira morte registrada em manifestações na capital mineira.
Mais de 50 mil pessoas fizeram uma manifestação pacífica em Belo Horizonte durante a tarde desta quarta-feira. Mas o protesto terminou com depredação, saques e mesmo incêndio de lojas. As ações foram cometidas por um grupo radical. Até às 21h, a Polícia Militar confirmou 25 detidos suspeitos de vandalismo e outros crimes. Os arruaceiros atiravam pedras e explosivos caseiros contra os militares. O confronto começou na Avenida Abrahão Caram, na Região da Pampulha, no entorno do Mineirão, onde Brasil e Uruguai disputavam a semifinal da Copa das Confederações.
Durante a tarde, quando a marcha se aproximou da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vândalos com os rostos cobertos subiram em direção à Av. Abrahão Caram, onde estava localizada uma das linhas de bloqueio da PM.
Neste momento, lojas e concessionárias passaram a ser saqueadas e depredadas. Os vândalos retiraram equipamentos e móveis de uma das revendedoras de veículos para atear fogo. Logo, o incêndio tomou grandes proporções. O fogo acontecia ao lado de um posto de gasolina. Policiais não eram vistos nos locais de maior depredação.
Outros dois foram para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da região. Seis receberam os primeiros socorros e liberados em seguida
Bombeiros socorrem jovem que caiu de viaduto durante protestos em Belo Horizonte. (Foto: Pedro Gontijo/AFP)
No início da noite, por volta das 18h, policiais começaram a ocupar a
Avenida Antônio Carlos e as vias no entorno. Muitos carros da
corporação, incluindo veículos blindados, transitavam pela cidade. O
Regimento da Cavalaria também estava presente. Durante o dia, 1,5 mil
oficiais do Exército estiveram a postos na capital mineira para agir em
caso de extrema necessidade.Em nota, a PM explicou a ausência de policiais em alguns momentos de vandalismo. "A Polícia Militar de Minas Gerais teve dificuldades de atuar de forma ostensiva para conter os vândalos que faziam depredações na Avenida Antônio Carlos, no final da tarde e no início da noite dessa quarta feira, porque havia ali uma grande movimentação de manifestantes pacíficos que não estavam envolvidos nas ações de vandalismo no local. Qualquer ação mais brusca da Polícia Militar naquele momento poderia causar pânico nessas pessoas. Além disso, o viaduto que fica na esquina entre as avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram estava repleto de pessoas, sendo um local muito sensível à ação de repressão da polícia. Os policiais militares não insistiram em forçar a passagem por este ponto para evitar uma provável catástrofe”, explicou o comandante-geral da PM, Márcio Sant’Ana.
Ao todo, 5,5 mil policiais foram destacados para a operação de contenção na capital mineira, incluindo 166 homens da Força Nacional de Segurança.
O Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac) afirmou que atos de vandalismo não justificam "ação de repressão que coloca a vida das pessoas em risco", o que, segundo os organizadores, ocorreu por parte da PM. "Repudiamos também a violência com que a polícia reprimiu a manifestação, uma vez que tinha plena condição de resistir às provocações de poucos manifestantes para não violar todos aqueles que saíram às ruas para lutar pelos seus direitos", explicou o Copac.
Rodovias fechadas
Após manhã de protestos, houve interdições no trânsito nas rodovias federais da Região Metropolitana de Belo Horizonte, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. Manifestantes desbloquearam a BR-262, na altura de Juatuba, no início da tarde desta quarta-feira (26). A rodovia ficou fechada nos dois sentidos por mais de cinco horas antes da liberação. Durante o protesto, o policiamento informou que houve bloqueio nos kms 361, 367 e 369. Em um deles, foi reivindicada a construção de uma passarela.
Já na BR-381, que liga Belo Horizonte a Vitória, o km 442, em Sabará, foi liberado por volta das 12h55. Os manifestantes se concentraram no trecho – na altura do distrito de Ravena – desde a madrugada. Pela manhã, também houve bloqueios no km 451, no mesmo município, e no km 503, em São Joaquim de Bicas.
Outra rodovia que ficou fechada foi a MGC-262, também em Sabará. Manifestantes reivindicaram a pavimentação de ruas. O protesto durou mais de sete horas.
Também houve protesto na MG-424, em São José da Lapa, na Grande BH. Já em Vespasiano, o bloqueio ocorreu no km 19. À tarde, trechos já estavam liberados.
As interdições na MG-20, entre Santa Luzia e Jaboticatubas, na Grande BH, fechada nos dois sentidos durante a manhã, e em pontos da BR-381 foram finalizadas. Um dos trechos fica em Carmópolis de Minas, na Região Oeste.
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