Manifestação na Avenida Rio Branco, no Rio, termina sem confronto
De acordo com a PM, passeata reuniu mil pessoas.
Manifestantes cantaram o hino nacional na escadaria da Câmara Municipal.
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Manifestantes protestam na escadaria da Câmara Municipal, no Rio (Foto: Luís Bulcão/G1)
Uma manifestação pacífica passou pelo centro do Rio de Janeirona
tarde desta segunda-feira (24). A caminhada começou às 17h15 no entorno
da Candelária e seguiu pela Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia.Logo no início, uma manifestante utilizou um megafone para citar o artigo primeiro da Constituição: “todo o poder emana do povo”. Era Cíntia Casanova, de 27 anos, estudante. Ela se identifica como integrante de um grupo recém criado e um dos organizadores da passeata, o União Contra a Corrupção (UCC). Para ela, o ensino da Carta Magna deve ser incluído no currículo escolar. “Só assim vamos construir pessoas capazes de exercer um pensamento e uma luta democrática”, disse ao G1.
Homem segura cartaz pedindo aprovação da
PEC 300 e recebe apoio de policial
(Foto: Luís Bulcão/G1)
Por volta das 19h20, a passeata chegou à Cinelândia, onde um cordão de
policiais militares protegia o a entrada do Theatro Municipal. O
servidor público Adriano Barbosa, de 35 anos, foi à frente do grupo com
um cartaz pedindo a aprovação da PEC 300, que aumenta os soldos dos
policiais. Um policial deu a mão a Barbosa em sinal de apoio. “Não é só
criticar. Tem policial truculento, mas eu conheço muitos policiais de
bem”, disse Adriano.PEC 300 e recebe apoio de policial
(Foto: Luís Bulcão/G1)
Manifestantes usam o humor em cartazes no Rio
(Foto: Luís Bulcão/G1)
Às 19h30, os manifestantes se concentraram na escadaria da Câmara dos
Vereadores. Diversos cartazes apresentavam revindicações com humor. Um
deles utilizava uma expressão dos habitantes do norte do mundo fictício
de Westeros, da série de sucesso do canal americano HBO, Game of
Thrones. "O inverno está chegando", anunciava.(Foto: Luís Bulcão/G1)
Às 21h, os manifestantes se dispersaram, sem incidentes de conflito ou vandalismo. O único transtorno causado pelo protesto foi no trânsito, que ficou lento na região com uma das principais vias do Centro fechada. De acordo com a Polícia Militar, a passeata reuniu cerca de mil pessoas.
Maratona de manifestações
Incansáveis, as parceiras Ana Lúcia Moisés, de 29 anos, estudante de estatística, e Roberta Amorim, de 27 anos, professora de educação física, participaram de cinco manifestações nos últimos cinco dias, no centro do Rio, na barra da Tijuca, em frete à casa do governador, em Copacabana e, nesta segunda-feira (24) na Candelária.
Cinco manifestações em cinco dias, jovens não se cansam de pedir um Brasil melhor (Foto: Luís Bulcão/G1))
"Esse movimento, desde as Diretas Já e os Caras Pintadas, é histórico.
Nesse meio tempo, aconteceu muita coisa e todo mundo ficou quieto", diz
Ana Lúcia. Para ela, as manifestações não querem derrubar os
governantes. "É a vontade de que haja uma mudança social. Não é contra
democracia. A gente quer uma democracia que funcione. A gente não quer
tirar a Dilma, mas sim que ela faça a democracia funcionar com mais
eficiência".Ana Lúcia considera que o movimento seja uma resposta a reivindicações que já eram feitas pelo povo, mas não eram atendidas. “Colhemos 1,3 milhão de assinaturas contra a eleição de Renan Calheiros para o Senado, mas deram de ombros. Foi a mesma coisa com o Feliciano. Agora não vão poder mais nos ignorar", afirma.
Sem violência
Para a manifestante, a violência não representa a maioria e é uma consequência menor das mobilizações. "Tem um grupo de vândalos que se aproveita, mas não é o ponto central. A polícia deveria se concentrar em coibir a ação de vândalos e de pessoas que fazem saques ao invés de reprimir as manifestações", opina.
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