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28 de jun. de 2013

Grupo impede apresentação do bilhete único em VR
 Publicação: quinta-feira, 27 de junho de 2013 (21:12)

Um grupo de manifestantes impediu, na noite desta quinta-feira, a apresentação programada pela prefeitura para a apresentação do bilhete único, que o governo pretende implantar em Volta Redonda até o final deste ano. Eles ocuparam o Teatro Professor Jesus de Monteiro Maciel, anexo ao Colégio João XXIII, no Retiro, e ao saberem que o prefeito Antônio Francisco Neto não estava presente, iniciaram uma manifestação que levou o vice-prefeito Carlos Roberto Paiva – que representava o chefe do Executivo – a suspender a apresentação.

Mais cedo, cerca de 500 pessoas percorreram um trecho da Avenida Antônio de Almeida, onde fica o colégio, acompanhadas por cerca de 60 policiais militares. Não houve incidentes. Como a capacidade do teatro é para 270 pessoas, a maior parte ficou no pátio ao lado, onde foi colocado um sistema de som. A apresentação programada para o Retiro era a primeira de uma série que a prefeitura pretende fazer para que a população conheça o projeto – reivindicado nas duas manifestações realizadas na cidade – antes da realização de uma audiência pública.

Os manifestantes, a maioria adolescentes, leu um manifesto onde reivindica a revogação do aumento da tarifa, praticado este ano. A partir da zero hora do próximo domingo, o preço da passagem na cidade cai de R$ 2,60 para R$ 2,50, redução que eles consideram insuficiente. Os pedidos são por passe livre irrestrito para os estudantes; implantação do bilhete único, sem limite de horário para uso; circulação dos ônibus nas 24 horas; construção de ciclovias e licitação para novas empresas. Além disso, o manifesto fala em revogação da lei que estende por 30 anos a concessão para as empresas de ônibus que operam na cidade.

Determinados a não conhecer o projeto, os manifestantes – que se intitulam do Movimento de Luta pelo Transporte Público e Gratuito de Volta Redonda – ficaram sem saber que, na modelagem do bilhete único, o município realizará licitação, como exigida pela legislação.

Todas as tentativas de Paiva de argumentar para que os manifestantes aproveitassem para conhecer o projeto foram rejeitadas. “Peço desculpas a vocês que vieram para participar e que queriam dar sugestões, mas não há condições”, justificou o vice-prefeito.

Além dele, estavam no auditório o presidente da Suser, Paulo Barenco; o secretário de Planejamento, Lincoln Botelho, e o representante da Logitrans, empresa de Curitiba contratada para fazer os estudos destinados à implantação do bilhete único, Antônio Carlos Marchezetti. Na plateia havia representantes do CMTU (Conselho Municipal de Transportes Urbanos), do CMDU (Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano) e do MEP (Movimento Ética na Política). Quando a confusão começou, um grupo tentou tomar o notebook da empresa, mas Marchezetti o enfrentou e não permitiu.

- O projeto tem que ser apresentado para a população conhecer e depois falar. A democracia é uma via de mão dupla – lamentou Marcelo Alexandre, do CMDU.

Paiva afirmou que, à tarde, tinha garantido a uma integrante do movimento que um dos seus representantes poderia se manifestar durante a apresentação. Ainda segundo o vice-prefeito, a mesma pessoa teria lhe dito que, enquanto a tarifa não baixar para R$ 2,40 não há interesse em dialogar com o governo.

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