Ao contrário do que diz Dilma, União põe R$ 1,1 bi em estádios da Copa
Rodrigo Mattos*
Do UOL, no Rio de Janeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Jefferson Bernardes/VIPCOMM
Jogo de abertura no Estádio Mané Garrincha, que tem recursos federais na construção
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Em cadeia nacional, Dilma afirmou que: "Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação."
Mas não é bem assim. Os empréstimos para as obras das arenas foram concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com juros subsidiados, ou seja, mais baixos que o normal. Para facilitar a construção ou reforma dos estádios, o banco estatal abriu mão de R$ 189 milhões, valor que poderia ser aplicado em outros financiamentos para outros projetos.
Esse cálculo foi feito por uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União). O órgão também já identificou que as isenções de impostos federais concedidas pelo governo às construtoras responsáveis pelas obras dos estádios da Copa somam R$ 329 milhões.
Foi o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antecessor e aliado de Dilma, quem concedeu os incentivos fiscais às empreiteiras dos estádios. Em dezembro de 2010, ele assinou a lei 12.350 e as liberou do pagamento de PIS/Pasep, Cofins, Imposto sobre Produção Industrial, e taxas de importação sobre às construções de arenas da Copa.
Os 12 estádios da Copa aderiram ao programa Recopa, que concede os benefícios. Só com a Arena Pantanal, por exemplo, o governo já abriu mão de R$ 16 milhões em impostos por conta do Recopa. Isso representa em torno de 4,5% do valor da obra contratada do estádio.
FIFA GANHA ISENÇÃO E TRABALHADOR PAGA CONTA
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Enquanto a Fifa e as empresas parceiras da entidade estão livres do
pagamento de impostos na realização da Copa das Confederações deste ano
e da Copa do Mundo de 2014, o mesmo não pode ser dito sobre os
trabalhadores brasileiros que prestarem serviço na organização desses
eventos. Quem for contratado diretamente pela Fifa ou suas empresas
estrangeiras parceiras, além de ter que recolher normalmente sua parte,
inclusive do imposto de renda, ainda será obrigado a pagar uma parte do
imposto que caberia à entidade máxima do futebol ou suas parceiras.

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