Postos policiais permanecem vazios
Todos os Postos de Policiamento Comunitário permanecem sem policiais
Vazios: Todos os Postos de Policiamento Comunitário permanecem sem policiais
Volta Redonda
Instalados como uma unidade básica de apoio da Polícia Militar, em bairros e nas entradas da cidade, os Posto de Policiamento Comunitário (PPC) estão vazios. A retirada do efetivo policial permanente dessas unidades aconteceu após a troca de comando em 2011 do 28º Batalhão da Polícia Militar e agora é motivo de queixas de alguns moradores insatisfeitos.
De acordo com a proposta, o objetivo dos postos era aumentar a participação social e o envolvimento de todos os cidadãos. Os policiais atuariam nos bairros contra a criminalidade, proporcionando uma sensação maior de segurança.
Segundo a proprietária de um bar no São Lucas, Arlene de Medeiros Neves, já faz mais de um ano que o PPC do bairro não funciona com um policial fixo. Arlene ainda disse que normalmente só aparece uma viatura quando ocorrem jogos no Estádio da Cidadania Raulino de Oliveira, com a função de abordar torcedores que cruzam a rodovia. Já com relação ao policiamento na localidade, ela conta que é raro ver rondas sendo feitas, a não ser quando é para verificar alguma ocorrência.
- Não presencio com frequência as rondas da guarnição e o posto costuma ficar vazio a maior parte do tempo. Com a falta de policiamento, fecho o bar mais cedo. Se eles aparecessem pelo menos uma vez por semana no bairro já nos ajudaria - desabafou.
Uma moradora do bairro Santa Cruz, que preferiu não se identificar, afirmou que ainda prefere o posto policial como era antigamente, com um policial permanente no local.
- Hoje em dia com a saída do policial permanente, a violência no bairro parece que aumentou. Apesar de ocorrer esporadicamente uma barreira fiscal no posto do Santa Cruz e nos bairros próximos para verificar caminhões e carros de passeio, as rondas no bairro não são frequentes - reclamou.
Identificado apenas como Gilberto, o morador do Roma, afirma que já faz um bom tempo que o bairro está sem um policial permanente no posto comunitário.
- A Polícia Militar alegou que retirou o policial fixo para aumentar as rondas, mas não vejo muita viatura no bairro, é muito raro. Nem quando temos uma emergência eles aparecem. Com isso, a violência está aumentando. Com o PM fixo era mais tranquilo e a população respeitava mais - afirmou.
Miriam Carvalho é residente do bairro Ponte Alta. Ela conta que chega do trabalho à noite e sentia-se mais segura ao passar pelo posto e encontrar policiais no local.
- Eu chego de ônibus tarde muitas vezes. Sentia certa tranquilidade quando descia da condução e passava pelos policiais. Agora não temos a quem recorrer - comentou.
De opinião diferente, o aposentado Luiz Lopes, que reside no bairro São Lucas, confirmou que há um tempo não vê policiais nos postos, mas sente mais segurança com as rondas.
- Quase todo dia vejo um carro da PM estacionado no posto, mas permanece por pouco tempo, prefiro dessa forma, pois rodando os bairros ficamos mais protegidos além. Acho mais eficiente - elogiou.
Policiamento nas ruas é mais eficaz
A ideia de retirar os policiais fixos dos PPCs partiu do comandante do 28º BPM de Volta Redonda, o tenente-coronel Igor Magalhães Borges Dias, logo que assumiu o comando do batalhão em outubro de 2011. O comandante optou por colocar estes policiais em novas viaturas para patrulhar os bairros e proximidades dos postos comunitários.
- Logo que assumi o cargo de comandante, percebi um alto índice de violência e meu efetivo estava pequeno. Avaliei que os nove PPCs existentes utilizavam 36 policiais. Em vez de deixá-los fixos nos postos preferir que eles fizessem ronda 24h em nove viaturas. Aumentando o policiamento e o número de viaturas em circulação - explicou.
Como resultado dessa mudança, segundo ele, em pouco tempo o batalhão começou a reduzir os índices de criminalidade na sua área de atuação e alcançou o quarto lugar no estado em metas estipuladas pela secretaria de segurança pública como letalidades violentas - homicídio e latrocínio -, roubo de veículo e roubo de rua. O comandante ainda frisou que a política deu certo e o batalhão foi contemplado com uma premiação financeira para cada policial.
Outro sinal de sucesso foi que, após aumentar as rondas ostensivas em Barra Mansa e Volta Redonda, qualquer chamada ao 190 passou a ser atendida mais rapidamente - segundo o Ciosp (Centro Integrado em operações de Segurança Pública), o tempo de atendimento agora é de cerca de cinco minutos.
- Aumentamos também a presença de viaturas e policiais nas ruas. Não sou contra as cabines comunitárias ou PPC, mas eu tive que ousar para mudar, pois aquela figura do policial permanente que ficava atendendo rádio, não estava tendo o resultado esperado. O permanente é estático, por isso optamos em aumentar o efetivo das viaturas, reduzindo a função do PM permanente - defendeu.
Projeto: policiais permanentes em quatro PPCs
Arquivo
‘Eu tive que ousar para mudar’
Tenente-coronel Igor Magalhães: ‘Eu tive que ousar para mudar’
O coronel Igor confirmou que após a mudança, o atendimento ao 190 ficou mais rápido. Ele ressaltou que as cabines não foram desativadas, apenas a função daquele policial que ficava sentado no posto é que acabou. Mas as viaturas que fazem parte de cada PPC continuam fazendo o patrulhamento no bairro de sua unidade e utilizando as cabines quando necessário. Segundo ele, não há patrulhamento somente em casos de grandes eventos ou quando a sua presença é necessária em outro setor, mas 24h.
- Alguns PPCs que se encontram fora do núcleo urbano não tem muita função, agora os que se encontram dentro do núcleo urbano já foram reativados recentemente com a função do policial permanente - concluiu, citando os PPCs dos bairros Três Poços, Vila Rica, Jardim Belmonte e João XXIII que terão novamente a figura do policial permanente.
- São locais onde historicamente tem ocorrido um maior índice de criminalidade e a violência está mais alta - apontou.
Segundo o comandante, a preocupação do batalhão no momento é em relação aos índices de homicídio nos bairros Retiro e no eixo Santa Rita do Zarur e Santa Cruz. Já o roubo de veículo ficou bem reduzido na cidade após o aumento de viaturas nas rondas de rotina.
Índices de criminalidade:
Trimestre 2012 Trimestre 2013
Letalidade violenta Letalidade Violenta
Real - 16 Real - 36
Meta - 15 Meta - 16
Roubo de veículos Roubo de veículos
Real - 21 Real - 4
Meta - 9 Meta - 20
Roubo a transeuntes Roubo a transeunte
Real - 62 Real - 31
Meta - 56 Meta - 61
Postos de policiamento comunitários de VR
PPC 1 - Vila Rica
PPC 2 - São Lucas
PPC 3 - São Luiz
PPC 4 - Jardim Belmonte
PPC 5 - Santa Cruz
PPC 6 - Roma I
PPC 7 - Três Poços
PPC 8 - Ponte Alta
PPC 9 - João XXIII (Retiro)
* Os dados foram fornecidos pelo setor de estatística do 28º BPM no primeiro trimestre de 2012 e 2013.
Todos os Postos de Policiamento Comunitário permanecem sem policiais
Vazios: Todos os Postos de Policiamento Comunitário permanecem sem policiais
Volta Redonda
Instalados como uma unidade básica de apoio da Polícia Militar, em bairros e nas entradas da cidade, os Posto de Policiamento Comunitário (PPC) estão vazios. A retirada do efetivo policial permanente dessas unidades aconteceu após a troca de comando em 2011 do 28º Batalhão da Polícia Militar e agora é motivo de queixas de alguns moradores insatisfeitos.
De acordo com a proposta, o objetivo dos postos era aumentar a participação social e o envolvimento de todos os cidadãos. Os policiais atuariam nos bairros contra a criminalidade, proporcionando uma sensação maior de segurança.
Segundo a proprietária de um bar no São Lucas, Arlene de Medeiros Neves, já faz mais de um ano que o PPC do bairro não funciona com um policial fixo. Arlene ainda disse que normalmente só aparece uma viatura quando ocorrem jogos no Estádio da Cidadania Raulino de Oliveira, com a função de abordar torcedores que cruzam a rodovia. Já com relação ao policiamento na localidade, ela conta que é raro ver rondas sendo feitas, a não ser quando é para verificar alguma ocorrência.
- Não presencio com frequência as rondas da guarnição e o posto costuma ficar vazio a maior parte do tempo. Com a falta de policiamento, fecho o bar mais cedo. Se eles aparecessem pelo menos uma vez por semana no bairro já nos ajudaria - desabafou.
Uma moradora do bairro Santa Cruz, que preferiu não se identificar, afirmou que ainda prefere o posto policial como era antigamente, com um policial permanente no local.
- Hoje em dia com a saída do policial permanente, a violência no bairro parece que aumentou. Apesar de ocorrer esporadicamente uma barreira fiscal no posto do Santa Cruz e nos bairros próximos para verificar caminhões e carros de passeio, as rondas no bairro não são frequentes - reclamou.
Identificado apenas como Gilberto, o morador do Roma, afirma que já faz um bom tempo que o bairro está sem um policial permanente no posto comunitário.
- A Polícia Militar alegou que retirou o policial fixo para aumentar as rondas, mas não vejo muita viatura no bairro, é muito raro. Nem quando temos uma emergência eles aparecem. Com isso, a violência está aumentando. Com o PM fixo era mais tranquilo e a população respeitava mais - afirmou.
Miriam Carvalho é residente do bairro Ponte Alta. Ela conta que chega do trabalho à noite e sentia-se mais segura ao passar pelo posto e encontrar policiais no local.
- Eu chego de ônibus tarde muitas vezes. Sentia certa tranquilidade quando descia da condução e passava pelos policiais. Agora não temos a quem recorrer - comentou.
De opinião diferente, o aposentado Luiz Lopes, que reside no bairro São Lucas, confirmou que há um tempo não vê policiais nos postos, mas sente mais segurança com as rondas.
- Quase todo dia vejo um carro da PM estacionado no posto, mas permanece por pouco tempo, prefiro dessa forma, pois rodando os bairros ficamos mais protegidos além. Acho mais eficiente - elogiou.
Policiamento nas ruas é mais eficaz
A ideia de retirar os policiais fixos dos PPCs partiu do comandante do 28º BPM de Volta Redonda, o tenente-coronel Igor Magalhães Borges Dias, logo que assumiu o comando do batalhão em outubro de 2011. O comandante optou por colocar estes policiais em novas viaturas para patrulhar os bairros e proximidades dos postos comunitários.
- Logo que assumi o cargo de comandante, percebi um alto índice de violência e meu efetivo estava pequeno. Avaliei que os nove PPCs existentes utilizavam 36 policiais. Em vez de deixá-los fixos nos postos preferir que eles fizessem ronda 24h em nove viaturas. Aumentando o policiamento e o número de viaturas em circulação - explicou.
Como resultado dessa mudança, segundo ele, em pouco tempo o batalhão começou a reduzir os índices de criminalidade na sua área de atuação e alcançou o quarto lugar no estado em metas estipuladas pela secretaria de segurança pública como letalidades violentas - homicídio e latrocínio -, roubo de veículo e roubo de rua. O comandante ainda frisou que a política deu certo e o batalhão foi contemplado com uma premiação financeira para cada policial.
Outro sinal de sucesso foi que, após aumentar as rondas ostensivas em Barra Mansa e Volta Redonda, qualquer chamada ao 190 passou a ser atendida mais rapidamente - segundo o Ciosp (Centro Integrado em operações de Segurança Pública), o tempo de atendimento agora é de cerca de cinco minutos.
- Aumentamos também a presença de viaturas e policiais nas ruas. Não sou contra as cabines comunitárias ou PPC, mas eu tive que ousar para mudar, pois aquela figura do policial permanente que ficava atendendo rádio, não estava tendo o resultado esperado. O permanente é estático, por isso optamos em aumentar o efetivo das viaturas, reduzindo a função do PM permanente - defendeu.
Projeto: policiais permanentes em quatro PPCs
Arquivo
‘Eu tive que ousar para mudar’
Tenente-coronel Igor Magalhães: ‘Eu tive que ousar para mudar’
O coronel Igor confirmou que após a mudança, o atendimento ao 190 ficou mais rápido. Ele ressaltou que as cabines não foram desativadas, apenas a função daquele policial que ficava sentado no posto é que acabou. Mas as viaturas que fazem parte de cada PPC continuam fazendo o patrulhamento no bairro de sua unidade e utilizando as cabines quando necessário. Segundo ele, não há patrulhamento somente em casos de grandes eventos ou quando a sua presença é necessária em outro setor, mas 24h.
- Alguns PPCs que se encontram fora do núcleo urbano não tem muita função, agora os que se encontram dentro do núcleo urbano já foram reativados recentemente com a função do policial permanente - concluiu, citando os PPCs dos bairros Três Poços, Vila Rica, Jardim Belmonte e João XXIII que terão novamente a figura do policial permanente.
- São locais onde historicamente tem ocorrido um maior índice de criminalidade e a violência está mais alta - apontou.
Segundo o comandante, a preocupação do batalhão no momento é em relação aos índices de homicídio nos bairros Retiro e no eixo Santa Rita do Zarur e Santa Cruz. Já o roubo de veículo ficou bem reduzido na cidade após o aumento de viaturas nas rondas de rotina.
Índices de criminalidade:
Trimestre 2012 Trimestre 2013
Letalidade violenta Letalidade Violenta
Real - 16 Real - 36
Meta - 15 Meta - 16
Roubo de veículos Roubo de veículos
Real - 21 Real - 4
Meta - 9 Meta - 20
Roubo a transeuntes Roubo a transeunte
Real - 62 Real - 31
Meta - 56 Meta - 61
Postos de policiamento comunitários de VR
PPC 1 - Vila Rica
PPC 2 - São Lucas
PPC 3 - São Luiz
PPC 4 - Jardim Belmonte
PPC 5 - Santa Cruz
PPC 6 - Roma I
PPC 7 - Três Poços
PPC 8 - Ponte Alta
PPC 9 - João XXIII (Retiro)
* Os dados foram fornecidos pelo setor de estatística do 28º BPM no primeiro trimestre de 2012 e 2013.
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