Motorista de ônibus que caiu de viaduto é acusado de agressão
O motorista André Luís Silva Oliveira, que conduzia o ônibus da linha 328 (Castelo x Bananal), ao lado da ex-mulher Francilene Santos - O motorista André Luís Silva Oliveira, que conduzia o ônibus da linha 328 (Castelo x Bananal), ao lado da ex-mulher Francilene Santos - Foto: Reprodução de álbum de família
Waleska Borges - O Globo
RIO — Cativante, inteligente, comunicativo e agressivo. Essas são algumas das características usadas pela cabeleireira Francilene Santos, de 40 anos, para descrever o ex-companheiro, o motorista da linha 328 (Castelo x Bananal) André Luís Silva Oliveira, de 33. A mulher, que largou um casamento de 16 anos para morar junto com o motorista, viveu com André por quatro anos. Ela o acusa de agressões (tapas e socos no rosto) até mesmo quando estava grávida. O casal tem uma filha de dois anos e três meses.
— O meu casamento foi maravilhoso por um ano e oito meses. Depois disso, ele começou a me agredir. A primeira vez que me deu um tapa na cara foi porque peguei ele namorando na internet uma outra mulher. Fui agredida na minha gravidez toda, sempre por motivos fúteis. Acho até que minha filha nasceu prematura por causa das agressões — conta Francilene.
Segundo a cabeleireira, ela fez dois registros contra André na delegacia da Ilha do Governador. O primeiro deles em 2011 e, o segundo, em março deste ano, quando numa briga ele teria quebrado uma porta de vidro em cima da cabeleireira e da filha:
— Eu acreditava que ele poderia mudar, por isso não terminava. Em julho do ano passado, ele comprou um carro e começou a se transformar. Passou a frequentar bailes no Parque União (no Complexo da Maré) e a dormir fora de casa.
Francilene e André se conheceram pela internet. Ela conta que pagou a passagem para ele vir de Sergipe, onde morava com outra mulher com quem teve três filhos. Ele já tinha trabalhado como garçom, motorista de carro particular, em posto de gasolina e, com a ajuda da família, teve uma pequena loja de jogos virtuais para crianças.
— Paguei para ele um curso numa autoescola. Depois que ele conseguiu a carteira para ônibus, começou a trabalhar. Ele achava ruim o estresse do trabalho, mas gostava da profissão. Costumava a reclamar de ser motorista e cobrador. Eu dizia para ele não brigar com passageiro. Falava que se isso acontecesse deveria parar o ônibus — lamenta Francilene.
Segundo Francilene, na noite antes do acidente, André — que estava morando sozinho numa favela próximo ao Galeão — foi até a casa dela ver a filha. Eles se separaram em janeiro deste ano.
— Ele me relatou que estava se sentindo mal, com uma angústia. Disse que não estava com vontade de trabalhar — lembrou Francilene, dizendo que o ex-companheiro gostava de namorar pela internet, além de jogar vídeo game de carros e tiros.
Na porta do hospital Getúlio Vargas, na Penha, a mãe de André, a doméstica Valderez da Silva, de 52, chora a todo tempo. Ela desmente as informações de Francilene, de que o filho seja agressivo. A doméstica, que nunca tinha vindo ao Rio, está hospedada na casa da atual namorada de André. O motorista diz que não se lembra do dia do acidente. André sofreu fratura de fêmur e seu estado de saúde é considerado estável. Nesta quinta-feira, ele passa por cirurgia ortopédica.
— Meu filho não é uma pessoa violenta. Ele não bebe nem fuma. Passou 12 anos numa igreja evangélica. Sempre anda com uma bíblia e fala de Deus para pessoas. Ele casou com 16 anos anos e paga pensão para os três filhos da mulher, com quem ainda é casado no papel — diz inconsolável Valderez, que pede a compreensão do delegado que investiga o caso: — Essa pessoa que fez isso com o meu filho tem a cabeça ruim. Ele também não poderia estar em alta velocidade naquela curva.
A mãe da namorada de André, que não se identificou, também partiu em defesa dele:
— Conheço o André há quatro meses. Minha filha vai fazer 21 anos. Não deixaria ela sair com qualquer uma pessoa. Ele é muito carinhoso com a minha filha.
No ponto final da linha 328 (Castelo X Bananal), na Avenida Churchill, no Centro, os motoristas também defendem André. Ele é considerado um bom amigo e tranquilo pelos colegas. Um motorista, que preferiu não se identificar, contou que no dia do acidente estava no ônibus que caiu do viaduto. Ele desceu no meio do caminho.
— Ele estava tranquilo. Era a segunda viagem dele naquele dia. Fizemos um lanche juntos. Sobre todas aquelas multas do ônibus, elas não são apenas de uma pessoa. Aquele ônibus tem três turnos e é dirigido por três funcionários diferentes, todos os dias. É o próprio motorista que paga a sua multa. Portanto, ninguém quer cometer multa para tirar dinheiro do seu bolso — disse o motorista.
O motorista André Luís Silva Oliveira, que conduzia o ônibus da linha 328 (Castelo x Bananal), ao lado da ex-mulher Francilene Santos - O motorista André Luís Silva Oliveira, que conduzia o ônibus da linha 328 (Castelo x Bananal), ao lado da ex-mulher Francilene Santos - Foto: Reprodução de álbum de família
Waleska Borges - O Globo
RIO — Cativante, inteligente, comunicativo e agressivo. Essas são algumas das características usadas pela cabeleireira Francilene Santos, de 40 anos, para descrever o ex-companheiro, o motorista da linha 328 (Castelo x Bananal) André Luís Silva Oliveira, de 33. A mulher, que largou um casamento de 16 anos para morar junto com o motorista, viveu com André por quatro anos. Ela o acusa de agressões (tapas e socos no rosto) até mesmo quando estava grávida. O casal tem uma filha de dois anos e três meses.
— O meu casamento foi maravilhoso por um ano e oito meses. Depois disso, ele começou a me agredir. A primeira vez que me deu um tapa na cara foi porque peguei ele namorando na internet uma outra mulher. Fui agredida na minha gravidez toda, sempre por motivos fúteis. Acho até que minha filha nasceu prematura por causa das agressões — conta Francilene.
Segundo a cabeleireira, ela fez dois registros contra André na delegacia da Ilha do Governador. O primeiro deles em 2011 e, o segundo, em março deste ano, quando numa briga ele teria quebrado uma porta de vidro em cima da cabeleireira e da filha:
— Eu acreditava que ele poderia mudar, por isso não terminava. Em julho do ano passado, ele comprou um carro e começou a se transformar. Passou a frequentar bailes no Parque União (no Complexo da Maré) e a dormir fora de casa.
Francilene e André se conheceram pela internet. Ela conta que pagou a passagem para ele vir de Sergipe, onde morava com outra mulher com quem teve três filhos. Ele já tinha trabalhado como garçom, motorista de carro particular, em posto de gasolina e, com a ajuda da família, teve uma pequena loja de jogos virtuais para crianças.
— Paguei para ele um curso numa autoescola. Depois que ele conseguiu a carteira para ônibus, começou a trabalhar. Ele achava ruim o estresse do trabalho, mas gostava da profissão. Costumava a reclamar de ser motorista e cobrador. Eu dizia para ele não brigar com passageiro. Falava que se isso acontecesse deveria parar o ônibus — lamenta Francilene.
Segundo Francilene, na noite antes do acidente, André — que estava morando sozinho numa favela próximo ao Galeão — foi até a casa dela ver a filha. Eles se separaram em janeiro deste ano.
— Ele me relatou que estava se sentindo mal, com uma angústia. Disse que não estava com vontade de trabalhar — lembrou Francilene, dizendo que o ex-companheiro gostava de namorar pela internet, além de jogar vídeo game de carros e tiros.
Na porta do hospital Getúlio Vargas, na Penha, a mãe de André, a doméstica Valderez da Silva, de 52, chora a todo tempo. Ela desmente as informações de Francilene, de que o filho seja agressivo. A doméstica, que nunca tinha vindo ao Rio, está hospedada na casa da atual namorada de André. O motorista diz que não se lembra do dia do acidente. André sofreu fratura de fêmur e seu estado de saúde é considerado estável. Nesta quinta-feira, ele passa por cirurgia ortopédica.
— Meu filho não é uma pessoa violenta. Ele não bebe nem fuma. Passou 12 anos numa igreja evangélica. Sempre anda com uma bíblia e fala de Deus para pessoas. Ele casou com 16 anos anos e paga pensão para os três filhos da mulher, com quem ainda é casado no papel — diz inconsolável Valderez, que pede a compreensão do delegado que investiga o caso: — Essa pessoa que fez isso com o meu filho tem a cabeça ruim. Ele também não poderia estar em alta velocidade naquela curva.
A mãe da namorada de André, que não se identificou, também partiu em defesa dele:
— Conheço o André há quatro meses. Minha filha vai fazer 21 anos. Não deixaria ela sair com qualquer uma pessoa. Ele é muito carinhoso com a minha filha.
No ponto final da linha 328 (Castelo X Bananal), na Avenida Churchill, no Centro, os motoristas também defendem André. Ele é considerado um bom amigo e tranquilo pelos colegas. Um motorista, que preferiu não se identificar, contou que no dia do acidente estava no ônibus que caiu do viaduto. Ele desceu no meio do caminho.
— Ele estava tranquilo. Era a segunda viagem dele naquele dia. Fizemos um lanche juntos. Sobre todas aquelas multas do ônibus, elas não são apenas de uma pessoa. Aquele ônibus tem três turnos e é dirigido por três funcionários diferentes, todos os dias. É o próprio motorista que paga a sua multa. Portanto, ninguém quer cometer multa para tirar dinheiro do seu bolso — disse o motorista.
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