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18 de jan. de 2013

Volta Redonda

A dona de casa Helena Maria de Souza perdeu um processo judicial movido pela CSN e recebeu uma ordem de despejo na última quarta-feira. A disputa pelo imóvel onde ela reside, na Rua 53, no bairro Sessenta, se estende há mais de 20 anos, quando a empresa foi privatizada em 1992. Apesar de ter ganhado a ação, a CSN deu um prazo de mais 90 dias para Helena sair da casa. A empresa pretende pagar uma indenização de cerca de R$ 6 mil para ela.

A moradora, que reside na área desde 1980, contou na manhã de hoje (17) com o apoio de representantes de movimentos sociais e religiosos, além do vice-prefeito Carlos Roberto Paiva (PT), que foram até a sua residência.

A família mudou para a casa em 18 de maio de 1980. Helena disse que uma senhora que morava no imóvel cedeu a casa após o falecimento do marido.

- Me recordo de que foi um tenente do Tiro de Guerra que comunicou sobre a casa com meu esposo. Se não fossem esses obstáculos, eu poderia completar 33 anos em maio morando na mesma residência. Todos viviam tranquilamente antes da privatização da CSN - disse.

Ela afirma que diversas pessoas começaram a relatar situações de reintegração de posse no município após a compra da siderúrgica. Além disso, a dona de casa relata que muitas famílias também sofreram com os despejos.

- A diferença básica é que, em alguns casos, os moradores receberam indenização para a aquisição de outro imóvel. Em um dos processos movidos pela CSN, consegui ganhar a causa e o ressarcimento no valor de cinco mil reais, porém não recebi a quantia - explicou.

Helena conta que foi surpreendida na última terça-feira  por um oficial de justiça, que a comunicou sobre a ordem de despejo - que poderia ser aplicada em qualquer momento.

- Não consigo dormir em paz desde o início da semana. Eu vivi muitos anos para sair daqui nesse momento da vida. Estamos tentando recorrer de diversas maneiras para que eu possa permanecer na residência. Agradeço a todo o apoio, que está me fortalecendo nesse período - concluiu.

Ações de solidariedade

De acordo com o vice-prefeito Carlos Roberto Paiva, a prefeitura pensa em um "plano B".

 - O poder municipal entende que temos que resistir até o último momento. Na verdade isso é uma injustiça muito grande, e estamos tentando pregar a justiça. Deixamos claro que respeitamos a decisão judicial, e que ela vai prevalecer - afirmou.

Paiva contou que uma advogada da Smac (Secretaria Municipal de Ação Comunitária) foi cedida para acompanhar o processo.

- Não vamos precipitar o anúncio de algum tipo de benefício ou auxílio, já que acreditamos que ela não vai sair daqui. Como sou engenheiro civil, verifiquei que apenas um cômodo está comprometido. Aconselhei para que ela use somente as outras áreas da casa - explicou.

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