Cientistas identificam genes por trás de tipo de câncer agressivo
Estudo detectou mutações que fazem com que tumor endometrial cresça.
Descoberta abre caminho para criação de tratamentos personalizados.
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aponta localização de células cancerígenas no endométrio (camada
celular que reveste o útero) (Foto: Divulgação/Universidade de Yale)
O estudo foi focado em um tipo severo de carcinoma uterino, conhecido
como USC, na sigla em inglês, que é resistente à quimioterapia. "Nós
claramente identificamos as mutações que são responsáveis pelos tumores
[do tipo] USC", disse o pesquisador Alessandro Santin, um dos autores do
estudo.Os cientistas coletaram células de tumores de 57 mulheres, com o intuito de determinar as bases moleculares do comportamento agressivo do tumor. Eles sequenciaram todos os genes desse tipo de câncer e identificaram as mutações cruciais que fazem com que os tumores cresçam.
"Além de um número de genes de câncer bastante conhecido, encontramos três que não haviam sido associados à doença previamente e que são encontrados nestes tumores. Esta descoberta aponta novos caminhos para o desenvolvimento de terapias", afirmou Santin, no estudo.
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Dois genes estão entre os identificados por terem relação com o câncer - o CHD4 e o MBD3, que são encontrados em um mesmo complexo de proteínas.
A descoberta de um terceiro gene, o TAF1, foi uma surpresa para os pesquisadores. De acordo com o estudo, ele é um componente central no mecanismo de transcrição de uma grande fração de genes codificadores de proteína no genoma humano.
Endométrio
O câncer de endométrio é o tumor ginecológico mais recorrente entre mulheres. Em 2012, foram diagnosticados mais de 47 mil novos casos e registradas cerca de 8 mil mortes pela doença só nos Estados Unidos.
De acordo com cientistas, pacientes com tumores do tipo 1 geralmente respondem melhor ao tratamento e apresentam um bom resultado. Já aqueles com o tipo 2, o chamado USC, têm mais recaídas e sofrem mais mortes.
Agora, com o aprofundamento das pesquisas sobre esse tipo específico de carcinoma, é possível desenvolver um tratamento personalizado, acreditam os cientistas.
"O estudo detalhado dos diferentes tipos de câncer continua produzindo novas e inesperadas descobertas. Esses novos resultados definem a base biológica deste tipo de doença e sugerem novas oportunidades para a terapia personalizada", acredita um dos autores do estudo, Richard Lifton, professor titular da cadeira de genética da Universidade de Yale.
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