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3 de mai. de 2012

O jeito mais rápido de chegar ao leitor

Estive no último fim de semana em Poços de Caldas para participar da sétima edição da Flipoços, que segue até o próximo dia 6. A Feira Nacional do Livro da cidade é um dos eventos que surgiram no país na última década, e que vêm contribuindo no aumento da capilaridade na distribuição de obras, e como uma eficiente via de contato entre autores e o público das mais diversas regiões.

O jeito mais rápido de chegar ao leitor II

Aos poucos, o modelo da FLIP (Festa Literária de Paraty), que neste ano comemora seu décimo aniversário, com adaptações de orçamento e perfil, foi se espalhando até chegar aos 200 eventos que formarão o Circuito Nacional de Feiras do Livro neste ano. Os números impressionam num país ainda um tanto aturdido com os números nada animadores da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada recentemente.

O jeito mais rápido de chegar ao leitor III

Segundo a Fundação Pró-Livro, sete milhões de livros foram comercializados em feiras em 2011, gerando um faturamento de R$ 100 milhões. E apenas via Lei Rouanet serão distribuídos R$ 30 milhões para esse tipo de evento em renúncia fiscal em 2012. A estimativa da Fundação Biblioteca Nacional, responsável pelo Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL), é um incremento de 20% nas receitas com vendas de livros em eventos deste tipo.

O jeito mais rápido de chegar ao leitor IV

Em Poços, que agrega feira e festival literário, tive contato com um público interessado e atencioso, bastante disposto ao debate de idéias e atento a novas informações. Diferentemente da FLIP, que se estabeleceu em nível nacional como uma excelente ferramenta de marketing para o negócio livreiro, eventos como a Flipoços – apesar de obviamente movimentar o mercado – possuem um efeito formidável: o de disseminador da leitura. Como tudo que se relaciona com a questão dos hábitos de leitura, é um trabalho árduo, de corpo a corpo, a cada mesa de debates ou palestras de autores convidados. O modelo, quando se pensa no quanto tem sido replicado, surge com fato novo num mercado que precisa demais se reinventar para seguir sendo relevante.

Livro do mês

O livro do mês de maio é “O ano da morte de Ricardo Reis”, de José Saramago. Protagonizado por um dos heterônimos mais conhecidos de Fernando Pessoa, no romance de Saramago, Reis retorna a Lisboa em 1936, e passa a testemunhar o sombrio cenário que passa a tomar a península ibérica e a Europa, cada vez mais assombrada pelo fascismo. Na última terça do mês, discuto a obra aqui na coluna, assim como no Clube do Livro CBN, durante o CBN Total

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