O jeito mais rápido de chegar ao leitor
Estive no último fim de semana em Poços de Caldas para participar da
sétima edição da Flipoços, que segue até o próximo dia 6. A Feira
Nacional do Livro da cidade é um dos eventos que surgiram no país na
última década, e que vêm contribuindo no aumento da capilaridade na
distribuição de obras, e como uma eficiente via de contato entre autores
e o público das mais diversas regiões.
O jeito mais rápido de chegar ao leitor II
Aos poucos, o modelo da FLIP (Festa Literária de Paraty), que neste
ano comemora seu décimo aniversário, com adaptações de orçamento e
perfil, foi se espalhando até chegar aos 200 eventos que formarão o
Circuito Nacional de Feiras do Livro neste ano. Os números impressionam
num país ainda um tanto aturdido com os números nada animadores da
pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada recentemente.
O jeito mais rápido de chegar ao leitor III
Segundo a Fundação Pró-Livro, sete milhões de livros foram
comercializados em feiras em 2011, gerando um faturamento de R$ 100
milhões. E apenas via Lei Rouanet serão distribuídos R$ 30 milhões para
esse tipo de evento em renúncia fiscal em 2012. A estimativa da Fundação
Biblioteca Nacional, responsável pelo Plano Nacional do Livro e da
Leitura (PNLL), é um incremento de 20% nas receitas com vendas de livros
em eventos deste tipo.
O jeito mais rápido de chegar ao leitor IV
Em Poços, que agrega feira e festival literário, tive contato com um
público interessado e atencioso, bastante disposto ao debate de idéias e
atento a novas informações. Diferentemente da FLIP, que se estabeleceu
em nível nacional como uma excelente ferramenta de marketing para o
negócio livreiro, eventos como a Flipoços – apesar de obviamente
movimentar o mercado – possuem um efeito formidável: o de disseminador
da leitura. Como tudo que se relaciona com a questão dos hábitos de
leitura, é um trabalho árduo, de corpo a corpo, a cada mesa de debates
ou palestras de autores convidados. O modelo, quando se pensa no quanto
tem sido replicado, surge com fato novo num mercado que precisa demais
se reinventar para seguir sendo relevante.
Livro do mês
O livro do mês de maio é “O ano da
morte de Ricardo Reis”, de José Saramago. Protagonizado por um dos
heterônimos mais conhecidos de Fernando Pessoa, no romance de Saramago,
Reis retorna a Lisboa em 1936, e passa a testemunhar o sombrio cenário
que passa a tomar a península ibérica e a Europa, cada vez mais
assombrada pelo fascismo. Na última terça do mês, discuto a obra aqui na
coluna, assim como no Clube do Livro CBN, durante o CBN Total
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