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27 de mai. de 2012

O capital erótico no trabalho

Quando a beleza e o charme dos homens e das mulheres funcionam como moeda de troca no meio profissional

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O capital erótico no trabalho
Foto: Eduardo Naddar / O Globo
O capital erótico no trabalho Eduardo Naddar / O Globo
RIO — A sedução funciona no mundo do trabalho. Não, não estamos falando de nada no estilo da clássica cruzada de pernas da Sharon Stone, nem de assédio sexual. A ideia de que o capital erótico serve de atributo para homens e mulheres em ambientes profissionais ainda causa polêmica e até constrangimento. Mas a maioria das pessoas sabe que a expressão — cunhada por Catherine Hakim, professora da London School of Economics, atribuindo valor à estética, ao charme e ao carisma — é bem certeira para falar de um comportamento que acontece no cotidiano de muitas organizações.


Consultados pelo Boa Chance, especialistas concordam que uma dose de sex appeal não faz mal a ninguém. Ao contrário, pode ajudar, desde que seja bem usada. Isto é, sem qualquer exagero. Acaba ficando mais fácil, por exemplo, conseguir aquele pequeno favor do outro departamento. Nada demais, como uma planilha entregue em tempo ágil em troca do charmoso sorriso do dia a dia.
— O capital erótico é uma moeda de troca. Enquanto a aparência for valorizada na sociedade, é burrice não investir nela — opina a psicanalista Joana Novaes, coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza da PUC-Rio.
— O fato é que não existe fórmula mais forte de sucesso do que a que une competência e estética — completa o consultor de recursos humanos Silvio Celestino.
Um jeito de ser que pode provocar atrito
Pequenos favorecimentos pessoais no cotidiano da empresa, tais como conseguir que o colega cubra um horário de trabalho ou ter seu computador consertado ao primeiro chamado, observam consultores, são comuns entre os que se valem do poder da sedução.
— Essas pessoas acabam contando com maior complacência dos outros, maior tolerância com os erros. E isso às vezes provoca atritos, porque quem não é favorecido fica, com razão, chateado — observa Rose Serra, coordenadora do Programa de Estudos do Trabalho e Reprodução Social (Petris), da Uerj.
Seguindo essa linha, é importante que o profissional transmita uma imagem cuidada e que mantenha os padrões estéticos e de comunicação da sociedade, diz Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos.
— O capital erótico, por si só, não assegura sucesso profissional, mas, se somado a outros atributos, pode contribuir para uma diferenciação na carreira.
Acontece que o mesmo poder de sedução que ajuda pode incomodar alguns pares. Foi o que Joana ouviu de um engenheiro, que é gestor de uma estatal:
— O gerente disse que preferia trabalhar com mulheres "mais embarangadas", porque elas não tiram o foco dele do trabalho. E ainda completou: "Sou do tempo em que a mulher ou era bonita ou era engenheira".
Para a psicanalista, porém, o episódio não muda o fato de que a beleza abre portas também no mundo do trabalho. Portanto, acrescenta, quem souber "capitalizá-la", leva vantagem competitiva sobre os demais.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/emprego/o-capital-erotico-no-trabalho-5034581#ixzz1w4PGtA4c
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