Ouça a Rádio Acesa FM ou click no icone!

Rádio Acesa Ao vivo

26 de abr. de 2012

Mais falados

Vinhos nativos que aparecem no mercado despertam uma pergunta óbvia. Por que nunca se ouviu falar deles antes? Por que vêm cercados de atenção, com muito espaço na mídia especializada, como se fossem um sucesso conhecido? São ao mesmo tempo um fenômeno novo e um recurso. É nesses recém-chegados que os profissionais da hotelaria e da restauração estão apostando para conseguir vender. A Itália é o país que aparece com o maior numero de novas denominações, o que é natural porque é a terra de mais de 200 espécies reconhecidas de uvas da espécie vitis vinifera.

Alto adige

Os tintos dessa região italiana vizinha à Áustria não são tão famosos como os brancos minerais feitos à maneira alemã (que foi copiada pelos modernos produtores austríacos). Os vinhos da uva lagrein são densos e frutados, por causa do sol e do calor no verão, de temperaturas comparáveis e às do sul italiano. Experimentei um lagrein do produtor Alois Lageder, com taninos espessos, lembrando um vinho do Mediterrâneo. No capítulo brancos, a região é famosa por seus sauvignons-blancs e seus rieslings, vinhos esmerados que fazem concorrência ao vizinho Friuli, hoje o branco básico internacional.

Roupa nova

Entre os vinhos de uva nativa italiana que adquiriram um significado próprio, capazes de concorrer com os nomes que ficaram caros, estão o dolcetto d'alba e o dolcetto di dogliano. Da região do Piemonte, são uma alternativa a barolos e barbarescos impossíveis de comprar e aos gattinaras, difíceis de achar. O ciró na Calábria era um vinho local, até desprezado na vizinhança. Passou por uma transformação e é citado em revistas. O mesmo aconteceu com o sangiovese di romagna, da mesma uva do chianti clássico, que sempre lhe fez sombra.

Nomes de barolo

Sobre barolos e barbarescos, a pergunta também, é obvia. Por que tão caros? A região do Piemonte se considera à parte, um nicho de grandes gastrônomos e enófilos, por ser o lugar onde vicejam as trufas e os belos vinhos de altitude. O Piemonte é montanhoso, ao pé do monte, como diz o nome. Turim é a cidade grande deles. Alba, o polo de gastronomia e agricultura. O Barolo é o melhor tinto da Itália e às vezes compete com vantagem com os vinhos franceses da Borgonha. Entre os nomes de produtor, merecem menção Aldo Conterno, Giuseppe Mascarello, Vietti, Pio Cesare. O Barbaresco de Angelo Gaja é o mais caro de todos. Desperta sucessos e controvérsias.

Biodinâmicos na linha

Imagino o que os produtores alternativos, os verdes, que combatem como podem a globalização e a uniformidade do estilo internacional, estão achando da moda dos vinhos biodinâmicos. Agora esses vinhos são chiques. Grandes nomes da França e da Itália estão adotando a fórmula. Vinhos naturais. Sem produtos estranhos à terra e cultivados de forma primitiva, as vezes meio esotérica. Para os biodinâmicos há dias fruto e dias flor. Estão nessa linha o Domaine de la Romanée Conti, o Domaine Leflaive, o Domaine Leroy, na Borgonha o Château Pontet-Canet, em Bordeaux, todos vinhos de colecionador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário