Carlos Gomes (1836-1896)
ANTÔNIO CARLOS GOMES, o consagrado compositor da ópera O Guarani (1870), que muito impressionou Verdi é, certamente, a personalidade sul-americana mais importante da segunda metade do século XIX, no terreno da ópera. Talvez possa-se até mesmo dizer que Gomes seja o compositor mais representativo do continente Americano em sua época.
Filho de músico, cedo fez-se notar através de suas qualidades como instrumentista e compositor. Após notáveis demonstrações de suas qualidades para música lírica durante o tempo de estudo no Conservatório Imperial do Rio de Janeiro, recebeu do então Imperador do Brasil Dom Pedro II uma bolsa para aperfeiçoamento em Milão, Itália. Naquele país passou grande parte de sua vida, sem nunca perder os laços estreitos que mantinha com a terra natal.
Carlos Gomes não foi apenas uma personalidade representativa para o mundo da ópera, mas para a projeção internacional do terceiro mundo (que naquela época ainda não era assim denominado, porém cuja relação com o resto do mundo já correspondia à atual situação) em um universo artístico eurocentrista, que por sua vez se limitava (e se limita ainda) a apenas determinados centros.
A obra camerística vocal de Carlos Gomes pode ser dividida entre as Modinhas e as Canções. Somente as primeiras têm texto português e pertencem a uma época em que as características nacionais da música erudita brasileira ainda não eram tão definidas nem ele parecia ter essa preocupação. Acabamento e maior amadurecimento musical apresentam suas Canções, quase todas sobre textos italianos e em linguagem musical italiana da época.
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