Fim da bolha?
O leilão de outono da Sotheby's, em Hong Kong, deixou de vender vinhos considerados blue chips que sempre encontram compradores, sobretudo na Ásia. Estamos falando de nada menos do que o Château Lafite, campeão absoluto de preço e vendas. Esperava-se um lance de 550 mil dólares de HonG Kong, mais de 200 mil dólares a caixa de 12 para o Lafite 82. Um totla de 59 xixass de um lote de 821 não teve compradores. Para o leilão seguinte o preço base desceu para 420 mil HK dólares. O pessoal de vendas acha tudo uma saudável estabilização. O diretor para negócios na China disse que a primeira geração a compara Lafite m HK já está com um bom número de garrafas e o mercado está apenas se acalmando.
Caça ao cliente
No mês de dezembro, os negociantes de vinhos - donos de pequenas e também de grandes lojas - se movimentam organizando encontros, reunindo grupos para degustações temáticas. É chegada a hora de vender, mesmo agora antes do Natal. Os preços são convidativos. As lojas de roupa e de móveis, nesta época, são mais caras (as liquidações começam depois do Natal. As de vinho, não. É uma disputa em busca dos clientes para começar a queimar os estoques bem antes das festas. Amanhã tem uma degustação de pinots noirs do Novo e do Velho Mundo, em Hampestead, perto de casa. Não posso ir, mas outras haverá.
Erro em Montalcino?
O Consorzio de Montalcino - que controla a qualidade dos brunello e do rosso da região de Montalcino, cometeu um erro ao insistir na regra que permite apenas uvas sangiovese na denominação Rosso di Montalcino. Os brunellos são 100% sangiovese. Os rossos, queriam alguns produtores (entre os quais o mais conhecido, Antinori) pediam flexibilidade. Mas o conorzio e alguns críticos sem mantiveram irredutíveis, A denominação só vai para quem fizer com 100% de uvas nativas. Argumento: o vinho fica mais típico. Argumento dos adversários; o rosso é um segundo vinho, não melhora a marca - e muitos já têm terrenos plantados de cabernet-sauvignon....
Os mais vistos
Nos supermercados de bairro, até as pequenas lojas geridas por imigrantes e que não fecham de noite, há sempre três gôndolas de vinhos importados. Quais os países mais representados? Austrália em primeiro, com tintos e brancos a preços populares, que nunca passam das sete libras, pouco mais de 17 reais. África do Sul, Chile, Argentina (quando há), Itália e Nova Zelândia vêm seguida, com preços que vão das 7 libras às 11 (perto dos 30 reais). Os vinhos mais acessíveis de cada um desses países são o chenin blanc sul-africano, o sauvignon-blanc chileno, o pinot grigio italiano, todos brancos. Da Austrália estão presentes tintos de tempranillo, merlot, syrah, cabernet-sauvignon, todos simples. Não vi rislings australianos...
Nomes presentes
E desses, quais os produtores mais consumidos? Do Chile, o que se vê mais são os vinhos de Aurelio Montes, os Errázuriz - estes já numa faixa de preço superior - os De Martino, os Casillero del Diablo (este visto em toda a parte). Da Austrália, os sucedâneos do Yellow Tail de má fama são sempre algum nome com a palavra tail no fim. Jacobs Creek, Oxford Landing são comuns, como o são em São Paulo. Da África do Sul, o leque é amplo, nomes que os consumidores brasileiros não conhecem, e o que mais vende é o chenin blanc - um vinho sem personalidade, achatado e levemente adocicado. Da Itália, os piniots grigio dominam o mercado. São tantos que quase não sobra espaço...
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